quinta-feira, 11 de junho de 2015

Qualidade de Vida e Riscos à Saúde do Trabalhador...

Mensagens para Facebook Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro

Já parou pra pensar quanto tempo passamos trabalhando na nossa vida, oito horas por dia, quarenta por semana, aproximadamente cento e sessenta por mês. A atividade laboral, com certeza desempenha papel fundamental na vida do ser humano, todos com um simples anseio de ter uma viver uma vida com qualidade, tanto no âmbito profissional, financeiro, bem estar, e saúde. Fica a duvida como conseguir alcançar a tão sonhada qualidade de vida, se para conseguir uma vida financeira confortável, usamos toda nossa saúde. É como se ganhássemos de um lado para perder em outro.
Já há muito tempo atrás, sábios pensavam sobre isso, certa vez, perguntaram a Dalai Lama: “O que mais te surpreende na humanidade?”. E ele respondeu: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido” (Dalai Lama).
É impressionante como um problema tão antigo, vem acompanhando a sociedade até hoje sem uma solução eficaz. Diversas leis foram criadas, órgãos dão suporte aos trabalhadores, porem ainda assim vemos muitas injustiças e condições precárias de trabalho, atividades que a curto ou em longo prazo podem desencadear doenças físicas e mentais. Como por exemplo, na função de caminhoneiro, percebe-se que estes vivem em uma rotina desgastante.  
O desenvolvimento industrial só cresce, e sem um planejamento, vemos o meio ambiente e a saúde do trabalhador sendo postas em risco. O Brasil possui aproximadamente 1,2 milhões de caminhoneiros, que enfrentam todos os dias prejuízos, como a falta de regulamentação da profissão, muitas vezes trabalham como autônomos ou assalariados. Sendo encarregados por transportarem produtos, coletarem, guincharem, destombarem, remover e entregar as cargas, além da atividade desgastante que é dirigir, necessitando estar com plena atenção ao transito. O ambiente, muitas vezes é hostil, sem condições de higiene e alimentação, além da falta da família, e contato social, um dos fatores mais reclamados por estes (Gouveia, et. Al., 2012).
Assim percebe-se, que nestes conflitos acarretados na vida do trabalhador, em especifico o caminhoneiro, a psicologia, como ciência do ser humano em seu todo, pode atuar diretamente na área do trabalho, de forma a observar o processo saúde-doença, buscando soluções preventivas, antes que comorbidades se instalem, e praticas cuidativas, quando já instaladas. 
Desta forma o psicólogo, quando atua junto ao trabalhador, no que tange transtornos mentais, e formas de sofrimento, não deve se restringir a unidades especializadas, deve atuar com o trabalhador onde ele estiver inserido, enxergando sua subjetividade, para atender junto à saúde do trabalhador, contemplando a orientações de medidas preventivas, diagnósticas, de tratamento e reabilitação (Souza, 2013).
Souza (2013) elenca que as praticas terapêuticas voltadas ao trabalhador, podem ser atividades individuais como grupais. Nestas atividades são adotadas perspectivas informativas-terapêuticas, que valorizam o conhecimento e subjetividade dos trabalhadores, visando ressignificar o processo de adoecimento e também buscando estimular a participação com autonomia, o que fortalece o autoconhecimento do individuo.
Nesse processo cabe também ao psicólogo identificar as exigências físicas e mentais, de forma a inquirir sobre a percepção do trabalhador e diretores os riscos da atividade do trabalhador, e como adapta-los de forma que beneficie ambos, sendo um trabalho feito junto a uma equipe interdisciplinar.
Bastante informação né?! Talvez você não seja caminhoneiro, muito menos psicólogo, mas estas informações são validas para todas as profissões, vale analisar um pouco de sua rotina, suas atividades, ver se estas podem estar prejudicando sua vida de alguma forma, conversar com seus dirigentes e pensar em medidas que possam melhorar esta situação.


Referencias

Gouveia. A. M. A.; Fagundes. C. R.; Macêdo. S. S.; Casa Junior A. J.; Casa. N.L. L.; Cruz. R. S. Análise da qualidade de vida no trabalho em caminhoneiros de uma indústria petrolífera. Revista eletrônica saúde e ciência. 2012.


SOUZA, Wladimir Ferreira de. Transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho: o que a psicologia tem a dizer e a contribuir para a saúde de quem trabalha?. Fractal, Rev. Psicol. [online]. 2013, vol.25, n.1, pp. 99-108. ISSN 1984-0292.  

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